As oportunidades de financiamento educacional se expandem e, com elas, a chance de alavancar o desenvolvimento social e econômico do país. Ao considerar empréstimos para investir em educação, gestores públicos e instituições privadas podem transformar desafios em soluções duradouras.
Em 2025, o Fundeb alcançará R$ 325,5 bilhões, um avanço de 6,48% em relação a 2024, demonstrando o compromisso com a manutenção e desenvolvimento da educação básica. Desse total, R$ 269 bilhões são aportes de estados e municípios, enquanto R$ 56,5 bilhões vêm da complementação federal.
Paralelamente, o salário-educação deve destinar R$ 35,5 bilhões ao ensino público básico em 2025, proveniente de uma contribuição de 2,5% sobre a folha de pagamento de empresas vinculadas à previdência social. Apesar do crescimento dos recursos, a qualidade de ensino e o desempenho dos alunos ainda não acompanham esse ritmo.
Segundo dados da OCDE, o Brasil já investe acima da média em educação, mas não obtém resultados proporcionais. Esse contraponto evidencia a necessidade de buscar novas estratégias de alocação, gestão e inovação pedagógica para transformar investimentos monetários em ganhos reais de aprendizado.
O programa “Juros por Educação” é um bom exemplo de inovação: estados que alocam recursos na expansão do ensino médio técnico integral recebem redução de taxas de juros, chegando a 2,5% ao ano se destinarem 75% da economia à formação profissional.
Para obter uma taxa real de 3% ao ano, basta investir metade da economia gerada pela redução dos juros em matrículas técnicas. Caso o estado cumpra as metas de ampliação até 2030, a redução de juros torna-se permanente, criando ambiente estável para planejamento de longo prazo.
O estoque de dívidas de estados com a União é de R$ 740 bilhões, concentrado em quatro unidades federativas. Além das condições de juros por educação, há incentivo extra de 0,5% a 1% para quem reduzir esse estoque por meio de privatizações ou venda de ativos, condicionando responsabilidade fiscal e investimento.
O investimento em educação técnica e profissionalizante é considerado alavanca essencial para recuperação e crescimento da produtividade. A meta federal é alcançar mais de 3 milhões de matrículas no ensino médio técnico até 2030, preparando jovens para o mercado de trabalho.
Empréstimos destinados à educação podem oferecer programas e linhas de crédito educacionais com juros subsidiados e carência inicial para pagamentos, aliviando o fluxo de caixa enquanto as melhorias estruturais e pedagógicas produzem resultados.
Embora o potencial de retorno seja alto, é fundamental manter o equilíbrio orçamentário e a sustentabilidade fiscal. O endividamento sem planejamento pode comprometer serviços essenciais ou aumentar o gasto com pessoal, reduzindo o espaço para investimentos futuros.
Além disso, a gestão dos recursos deve ser transparente, com monitoramento constante de indicadores de qualidade e desempenho. Caso contrário, corre-se o risco de repetir o histórico de altos investimentos sem resultados proporcionais na aprendizagem.
Em países da OCDE, linhas de crédito para a educação são comuns. Muitas nações destinam recursos para infraestrutura, capacitação docente e inovação pedagógica via empréstimos a longo prazo, obtendo taxas de retorno superiores a 10% ao ano em impacto social.
Estudos internacionais comprovam que cada dólar investido em educação rende em média 15% de aumento de renda futura dos alunos. Esse investimento com impacto comprovado na renda futura reforça a ideia de que recursos bem aplicados geram benefícios contundentes para a economia.
A comparação mostra que a relação investimento/resultado no Brasil pode melhorar com a adoção de práticas de gestão e governança desenvolvidas em países de Alto Desenvolvimento Humano, sempre adaptadas à realidade local.
Antes de contrair empréstimos, é essencial realizar estudos de viabilidade que considerem o retorno social e econômico, bem como os prazos e condições de pagamento. A análise de custo-benefício detalhada é etapa obrigatória para evitar surpresas.
Outra recomendação é criar conselhos de acompanhamento, envolvendo sociedade civil, setores produtivos e academia, garantindo que os investimentos reflitam necessidades reais. Isso fortalece a participação democrática e o controle social na aplicação dos recursos.
Por fim, a educação técnica e profissionalizante deve estar alinhada com demandas do mercado, evitando desalinhamentos entre oferta de cursos e oportunidades de emprego. Parcerias com empresas locais e multinacionais podem assegurar estágios e empregabilidade.
Considerar empréstimos para investir em educação é uma estratégia viável para acelerar a expansão e modernização do sistema. Com planejamento criterioso, gestão responsável e metas claras, gestores podem transformar dívidas em investimentos duradouros, elevando a qualidade do ensino e gerando desenvolvimento sustentável.
Ao abraçar essa abordagem inovadora, o Brasil dá um passo decisivo rumo a um futuro mais próspero, com jovens capacitados, economia mais competitiva e sociedade mais justa. O momento de agir é agora.
Referências