Os saques no crédito podem parecer uma solução rápida em momentos de aperto, mas escondem uma armadilha de custos e juros que pesam no bolso. Entenda por que essa prática deve ser evitada ao máximo.
O saque no crédito ocorre quando o cliente utiliza o limite do cartão de crédito para obter dinheiro em espécie em caixas eletrônicos ou guichês bancários. Diferente do saque na função débito, cujo valor sai diretamente da conta corrente, o montante retirado no crédito entra como uma dívida na fatura do cartão.
Nesse modelo, você não precisa ter saldo em conta, mas assume imediatamente uma obrigação financeira que pode sair muito cara, sobretudo se não for paga integralmente na data de vencimento.
Os bancos oferecem essa modalidade em terminais 24 horas, caixas eletrônicos e pontos de atendimento. O cliente escolhe a opção saque no crédito, digita o valor desejado e recebe o dinheiro na hora. Em seguida, essa quantia aparece no extrato como uma transação de crédito, sujeita a tarifas e juros.
Em geral, existe um limite máximo para saque, normalmente um percentual do limite total do cartão, o que evita movimentos muito grandes mas não diminui o alto custo por operação.
Essa operação envolve três componentes principais de despesa:
1. Taxa fixa por operação: cobrada sempre que você realiza o saque. Em muitos bancos, esse valor varia entre R$ 19,90 e R$ 25,00 por transação.
2. Juros do crédito rotativo: juros acima de 400% ao ano em média, uma das modalidades mais caras do mercado.
3. IOF: Imposto sobre Operações Financeiras calculado sobre o valor sacado, aumentando ainda mais o custo total.
Além disso, os encargos começam a incidir imediatamente após o saque, sem qualquer período de graça, o que difere de compras parceladas ou de crédito pessoal.
Imagine um saque de R$ 500 no crédito:
- Tarifa administrativa: R$ 19,90
- IOF: 0,38% + 0,0082% ao dia (cerca de R$ 2,00 iniciais)
- Juros rotativos (supondo 12% ao mês): aproximadamente R$ 60 por mês de atraso
No final das contas, um simples saque pode resultar em mais de R$ 100 de custo mensal para um valor de R$ 500, tornando essa alternativa financeiramente desastrosa em qualquer cenário.
Os bancos consideram o saque no crédito uma operação de alto risco. Ao antecipar recursos sem garantia de pagamento imediato, a instituição aplica taxas elevadas para se proteger de possíveis inadimplências.
Além disso, o saque no crédito é enquadrado como uma extensão do crédito rotativo, modalidade considerada a mais onerosa do portfólio bancário. Essa decisão de precificação reflete o elevado impacto no orçamento da carteira de crédito das instituições.
Ao entender imediata cobrança de encargos financeiros e riscos associados, você ganha as ferramentas para tomar decisões mais conscientes e manter sua saúde financeira em dia. Evitar saques no crédito é o primeiro passo para um futuro mais estável e livre de dívidas desnecessárias.