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Fundo de ações com foco em sustentabilidade

Fundo de ações com foco em sustentabilidade

15/08/2025 - 17:35
Bruno Anderson
Fundo de ações com foco em sustentabilidade

Em um cenário global cada vez mais voltado para a responsabilidade socioambiental, os fundos de ações com foco em sustentabilidade emergem como instrumentos capazes de aliar desempenho financeiro e impacto positivo. No Brasil, esse movimento ganha força diante da pressão de acionistas, consumidores e reguladores, impulsionando uma revolução no mercado de capitais.

Panorama atual dos fundos sustentáveis

O segmento de investimentos sustentáveis no Brasil experimentou um crescimento notável nos últimos anos. Entre dezembro de 2023 e outubro de 2024, o número de fundos passou de 134 para 257, quase dobrando em menos de um ano. Esse movimento reflete um interesse crescente de investidores institucionais e de varejo, em busca de ativos que ofereçam impacto socioambiental mensurável e confiável.

  • Crescimento de quase 100% no número de fundos.
  • Captação de R$ 10,9 bilhões em dez meses, dez vezes superior a 2023.

Critérios e classificações segundo a Anbima

A partir de 2022, a Anbima implementou normas rígidas para o uso de rótulos “verde” e “ESG”, garantindo maior credibilidade e prevenção ao greenwashing. Hoje, existem duas categorias principais:

  • Fundos de investimento sustentável: com objetivo explícito de gerar externalidades ambientais ou sociais positivas.
  • Fundos que integram fatores ESG: incorporam critérios ambientais, sociais e de governança na gestão, mesmo sem foco exclusivo em projetos verdes.

Destinação de recursos e setores prioritários

Os recursos captados pelos fundos de ações sustentáveis são direcionados a setores estratégicos para a transição energética e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Destacam-se:

energia limpa e descarbonização industrial, programas de economia circular, produção de hidrogênio verde, recuperação de ecossistemas e mobilidade urbana sustentável.

Além dos títulos verdes emitidos pelo setor público e privado, parte expressiva dos recursos é alocada em empresas com governança robusta e metas claras de redução de emissões.

Estratégias de investimento e seleção de ativos

Os gestores desenvolvem elaborados processos de due diligence para identificar companhias com governança sólida, eficiência energética e políticas de inclusão social. A análise combina indicadores financeiros tradicionais e métricas de sustentabilidade.

Algumas práticas destacadas no mercado incluem parcerias com agências de rating ESG, uso de inteligência de dados para monitorar KPIs ambientais em tempo real e adoção de metodologias alinhadas ao Pacto Global da ONU. Essas iniciativas promovem economia circular e justiça climática, assegurando que o portfólio reflita o compromisso com as metas de Paris.

Desafios e oportunidades

Apesar do entusiasmo, o segmento enfrenta obstáculos que exigem soluções colaborativas.

  • Desenvolvimento de métricas padronizadas para avaliar o real impacto social e ambiental.
  • Garantir transparência na seleção de ativos estratégicos e reporte claro de resultados.
  • Promoção de educação financeira para investidores conscientes, reduzindo confusões entre produtos ESG e fundos verdadeiramente sustentáveis.

Superar esses desafios é fundamental para consolidar a confiança do mercado e ampliar a base de investidores engajados.

Casos de sucesso e iniciativas relevantes

O Fundo Clima, principal mecanismo público do Brasil, aprovou R$ 11,2 bilhões para projetos de mitigação e adaptação climática em 2025, financiando desde infraestrutura resiliente até programas de logística verde. Já o Climate Investment Funds (CIF) destinou R$ 1,3 bilhão ao país, focando em programas de mitigação e adaptação climática em áreas vulneráveis.

Empresas nacionais, como Natura & Co, investem em economia regenerativa, enquanto grupos como Raízen aplicam capital em biocombustíveis de segunda geração. Esses exemplos demonstram a força da combinação entre retorno financeiro e legado ambiental.

O futuro dos fundos de ações sustentáveis

As projeções para 2025 e além indicam uma integração ainda maior dos critérios ESG em todos os produtos financeiros. A tendência é que novos segmentos, como fundos de tecnologia limpa e infraestrutura de baixo carbono, ganhem destaque.

Para alcançar o próximo patamar, será essencial fortalecer a participação privada essencial para potencializar investimentos, estabelecer parcerias multilaterais e adotar sistemas de certificação independentes. Com isso, o mercado brasileiro de fundos de ações sustentáveis poderá liderar uma nova era de prosperidade verde, mostrando que é possível gerar valor e promover justiça climática simultaneamente.

Bruno Anderson

Sobre o Autor: Bruno Anderson

Bruno Anderson