Ao contratar um empréstimo ou financiamento, é comum focar apenas na taxa de juros anunciada. No entanto, essa abordagem pode gerar surpresas desagradáveis quando você descobre cobranças inesperadas no final do contrato.

Para evitar gastos não previstos e garantir uma decisão consciente, é essencial conhecer todos os elementos que compõem o Custo Efetivo Total (CET).

Por que incluir custos extras no cálculo do empréstimo

Muitos consumidores avaliam apenas a taxa de juros nominal, mas valor final da dívida é impactado por cobranças adicionais. Essas despesas extras podem elevar substancialmente o montante a ser pago.

O CET considera não só os juros, mas todas as tarifas, seguros obrigatórios e impostos associados à operação.

O que é o Custo Efetivo Total (CET)

O Custo Efetivo Total é um indicador obrigatório a ser apresentado pelas instituições financeiras conforme legislação vigente no Brasil. Ele traduz, em percentual e em valor absoluto, o custo real do empréstimo.

Com o CET em mãos, você faz uma comparação justa entre diferentes propostas de crédito, percebendo qual oferece a melhor relação entre taxas e serviços.

Principais componentes do CET

Para chegar ao valor final que será cobrado, o CET agrega diversos itens. Conheça os principais:

• Juros: remuneração básica da instituição financeira pelo uso do dinheiro.
• Impostos: como o IOF, obrigatório em todas as operações de crédito.
• Tarifas administrativas: tarifa de cadastro, avaliação de crédito, emissão de boletos e outras eventuais cobranças.
• Seguros obrigatórios: seguro prestamista e seguro para financiamento de bens (imóvel ou veículo).
• Custos cartorários e de registro: em financiamentos imobiliários, incluem ITBI e taxas de cartório.

Cada uma dessas parcelas pode parecer pequena isoladamente, mas, somadas, representam uma quantia relevante no montante a ser pago.

Como calcular o CET passo a passo

O cálculo do CET exige atenção a todos os valores que serão cobrados ao longo do contrato. Veja como proceder:

1. Liste o valor dos juros previstos para todo o período de financiamento.

2. Inclua todas as taxas administrativas, tarifas extras e seguros mencionados no contrato.

3. Adicione os tributos incidentes, como o IOF, e eventuais custos cartorários.

4. Utilize o valor absoluto dessas despesas e o compare com o valor financiado para obter o percentual anual.

Ferramentas de simulação online e calculadoras financeiras disponibilizadas pelos bancos ajudam a visualizar rapidamente o CET e facilitar a comparação entre ofertas.

Exemplo prático de cálculo

Considere um financiamento imobiliário de R$ 400.000. Veja como os custos extras impactam o total:

Nesse cenário, além do montante financiado, você desembolsa R$ 21.000 em custos que não aparecem na taxa de juros anunciada.

Por que comparar sempre o CET

Um empréstimo com taxa de juros baixa pode apresentar um CET superior se as tarifas e serviços forem caros. Comparar pelo CET anual garante que você leve em conta todos os encargos.

Simulações de mercado em grandes cidades registram diferenças de até um ponto percentual no CET entre instituições, mesmo para financiamentos semelhantes.

Dicas práticas para negociar e economizar

Antes de assinar qualquer contrato, adote as seguintes práticas:

• Exija uma simulação detalhada que discrimine todos os valores integrantes do CET.
• Negocie redução ou isenção de tarifas administrativas sempre que possível.
• Verifique se seguros e taxas são obrigatórios para a operação desejada.
• Compare propostas de diferentes bancos considerando sempre o CET anual.

Seguindo essas orientações, você evita surpresas no futuro e assegura condições de crédito mais vantajosas.

Conclusão

Incluir custos extras no cálculo total do empréstimo é fundamental para uma decisão financeira consciente. Ao considerar juros, tarifas, seguros e impostos, você obtém uma visão realista do valor a ser pago.

Exigir transparência e comparar pelo CET garante que você contrate a melhor oferta, sem surpresas desagradáveis. Empodere-se do conhecimento e contrate crédito com segurança!