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Não use empréstimo para gastos recorrentes

Não use empréstimo para gastos recorrentes

05/06/2025 - 01:44
Fabio Henrique
Não use empréstimo para gastos recorrentes

Em um cenário em que o acesso facilitado ao crédito no Brasil cresce a cada dia, compreender os riscos de empregar empréstimos em despesas mensais é essencial. Este artigo oferece uma jornada de reflexão e soluções práticas para resgatar o equilíbrio financeiro familiar.

Entendendo os gastos recorrentes

Os gastos recorrentes são aqueles gastos que se repetem mensalmente ou em ciclos regulares. Eles incluem aluguel, condomínio, contas de água, luz, telefone, internet, assinaturas de serviços e mensalidades escolares ou de academia.

Quando esses valores são debitados automaticamente do cartão de crédito, despesas se tornam totalmente invisíveis, pois tendem a passar despercebidas até o vencimento da fatura. O resultado é a perda de controle sobre o orçamento.

O que são crédito e empréstimo

Empréstimos constituem operações de crédito em que a instituição financeira antecipa um montante em dinheiro ao consumidor, que se compromete a devolver esse valor acrescido de juros e encargos, geralmente em parcelas fixas.

Existem modalidades variadas, como consignado, crédito pessoal e até empréstimo atrelado à conta de luz. Essa diversidade impulsionou o aumento do endividamento: segundo a CNDL/SPC Brasil, 42% dos consumidores tinham contas parceladas ao fim de 2024, atingindo 68,7 milhões em janeiro de 2025.

O perigo está no risco de superendividamento a longo prazo, quando o tomador contrai dívidas sem ajustar seus gastos, criando um ciclo difícil de romper.

Por que evitar empréstimos para contas fixas

Recorrer a crédito para pagar despesas regulares não resolve o problema originário e pode agravar a situação financeira. Os principais motivos incluem:

  • Juros e encargos frequentemente elevados, que falta de equilíbrio entre renda e gastos não corrige.
  • Aumento do número de despesas fixas, tornando o orçamento ainda mais apertado.
  • Potencial de inadimplência, com multas e cortes de serviços essenciais.
  • Nome negativado e restrição de crédito futuro, complicando a retomada financeira.

Diferenças entre gastos pontuais e recorrentes

Compreender essa distinção é fundamental para decidir quando o uso de crédito é justificável.

Alternativas ao uso de empréstimos

  • Revisar contratos de serviços e cancelar assinaturas não utilizadas.
  • Reajustar o orçamento doméstico, identificando e cortando gastos supérfluos.
  • Buscar fontes de renda extra, como freelances ou vendas de objetos sem uso.
  • Construir uma reserva de emergência para cobrir apertos sem recorrer a crédito caro.
  • Renegociar dívidas existentes diretamente com credores antes de contratar novos empréstimos.

Impactos psicológicos e sociais

O endividamento recorrente gera consequências psicológicas e sociais graves. A ansiedade, o estresse e a sensação de impotência afetam a qualidade de vida e as relações familiares.

Quem vive nessa condição pode desenvolver depressão e isolamento, além de aceitar condições de crédito abusivas por desespero. Recuperar o controle financeiro também implica cuidar da saúde mental.

Cultura do parcelamento no Brasil

Parcelar compras é um hábito enraizado na sociedade brasileira há décadas, estimulando o consumo e mascarando a real capacidade de pagamento. Com o lançamento do Pix parcelado em 2025, essa tendência pode se intensificar ainda mais.

Educação financeira torna-se, portanto, uma ferramenta essencial para quebrar esse ciclo de consumo impulsivo e endividamento contínuo.

Riscos financeiros e de crédito

Empresas e bancos calculam o risco de crédito ao oferecerem empréstimos, aplicando juros que variam conforme o perfil do tomador. Perfis de maior risco pagam taxas mais altas, aumentando o custo total da dívida.

O superendividamento compromete o acesso a linhas de crédito futuras e pode levar a restrições sérias, como a inclusão em cadastros de inadimplentes e a impossibilidade de contratação de financiamentos.

Dicas práticas para manter o orçamento saudável

  • Acompanhe todas as cobranças automáticas no seu cartão de crédito.
  • Pague sempre a pagamento da fatura em sua totalidade e evite o crédito rotativo.
  • Use débito automático com saldo controlado para evitar taxas do cheque especial.
  • Faça a leitura atenta dos contratos de empréstimo antes de assinar, avaliando o impacto no orçamento.
  • Estabeleça metas mensais de economia e revise seu planejamento financeiro regularmente.

Exemplos e números que ilustram a realidade

Um empréstimo atrelado à conta de luz pode variar de R$500 a R$2.500, com prazos de até 18 meses e juros acima do recomendado pelo Banco Central. Esses contratos, muitas vezes, atraem consumidores em situação de vulnerabilidade.

Em janeiro de 2025, 68,7 milhões de brasileiros tinham contas parceladas, evidenciando a urgência de práticas conscientes de consumo.

Conclusão

Evitar empréstimos para despesas recorrentes é um passo decisivo em direção à liberdade financeira. Ao adotar um olhar crítico sobre seus gastos, renegociar contratos e construir reservas, você fortalece o controle do seu orçamento e da sua vida.

Redescubra o prazer de viver sem o peso das dívidas e inspire sua família e comunidade a seguir esse mesmo caminho de equilíbrio.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fabio Henrique