Em um cenário em que o acesso facilitado ao crédito no Brasil cresce a cada dia, compreender os riscos de empregar empréstimos em despesas mensais é essencial. Este artigo oferece uma jornada de reflexão e soluções práticas para resgatar o equilíbrio financeiro familiar.
Os gastos recorrentes são aqueles gastos que se repetem mensalmente ou em ciclos regulares. Eles incluem aluguel, condomínio, contas de água, luz, telefone, internet, assinaturas de serviços e mensalidades escolares ou de academia.
Quando esses valores são debitados automaticamente do cartão de crédito, despesas se tornam totalmente invisíveis, pois tendem a passar despercebidas até o vencimento da fatura. O resultado é a perda de controle sobre o orçamento.
Empréstimos constituem operações de crédito em que a instituição financeira antecipa um montante em dinheiro ao consumidor, que se compromete a devolver esse valor acrescido de juros e encargos, geralmente em parcelas fixas.
Existem modalidades variadas, como consignado, crédito pessoal e até empréstimo atrelado à conta de luz. Essa diversidade impulsionou o aumento do endividamento: segundo a CNDL/SPC Brasil, 42% dos consumidores tinham contas parceladas ao fim de 2024, atingindo 68,7 milhões em janeiro de 2025.
O perigo está no risco de superendividamento a longo prazo, quando o tomador contrai dívidas sem ajustar seus gastos, criando um ciclo difícil de romper.
Recorrer a crédito para pagar despesas regulares não resolve o problema originário e pode agravar a situação financeira. Os principais motivos incluem:
Compreender essa distinção é fundamental para decidir quando o uso de crédito é justificável.
O endividamento recorrente gera consequências psicológicas e sociais graves. A ansiedade, o estresse e a sensação de impotência afetam a qualidade de vida e as relações familiares.
Quem vive nessa condição pode desenvolver depressão e isolamento, além de aceitar condições de crédito abusivas por desespero. Recuperar o controle financeiro também implica cuidar da saúde mental.
Parcelar compras é um hábito enraizado na sociedade brasileira há décadas, estimulando o consumo e mascarando a real capacidade de pagamento. Com o lançamento do Pix parcelado em 2025, essa tendência pode se intensificar ainda mais.
Educação financeira torna-se, portanto, uma ferramenta essencial para quebrar esse ciclo de consumo impulsivo e endividamento contínuo.
Empresas e bancos calculam o risco de crédito ao oferecerem empréstimos, aplicando juros que variam conforme o perfil do tomador. Perfis de maior risco pagam taxas mais altas, aumentando o custo total da dívida.
O superendividamento compromete o acesso a linhas de crédito futuras e pode levar a restrições sérias, como a inclusão em cadastros de inadimplentes e a impossibilidade de contratação de financiamentos.
Um empréstimo atrelado à conta de luz pode variar de R$500 a R$2.500, com prazos de até 18 meses e juros acima do recomendado pelo Banco Central. Esses contratos, muitas vezes, atraem consumidores em situação de vulnerabilidade.
Em janeiro de 2025, 68,7 milhões de brasileiros tinham contas parceladas, evidenciando a urgência de práticas conscientes de consumo.
Evitar empréstimos para despesas recorrentes é um passo decisivo em direção à liberdade financeira. Ao adotar um olhar crítico sobre seus gastos, renegociar contratos e construir reservas, você fortalece o controle do seu orçamento e da sua vida.
Redescubra o prazer de viver sem o peso das dívidas e inspire sua família e comunidade a seguir esse mesmo caminho de equilíbrio.
Referências