No Brasil, manter o controle das finanças pessoais é um desafio crescente, especialmente diante de um cenário econômico que impõe taxas de juros altas e crescentes. Antes de realizar novas compras ou assumir compromissos adicionais, é fundamental compreender o impacto das dívidas de alto custo e traçar um plano para eliminá-las.
Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic/CNC) apontam que, em abril de 2025, 77,6% das famílias brasileiras estavam endividadas, um aumento em relação aos 76,7% verificados em dezembro de 2024. Segundo o Serasa, 73,1 milhões de pessoas físicas possuem dívidas ativas, representando mais de 30% da população adulta.
Esse contexto evidencia que, sem um cuidado atento, o peso dos juros pode sufocar orçamentos e impedir a construção de patrimônio.
As dívidas rotativas como cartão de crédito e o cheque especial são as mais onerosas, podendo ultrapassar 300% ao ano em taxas de juros. Mesmo linhas mais baratas, como o crédito consignado, chegaram próximo a 15% ao ano.
Quando parte significativa da renda é direcionada ao pagamento de encargos, inexoravelmente ocorre o comprometimento da renda familiar. O efeito bola de neve faz com que pequenos atrasos se transformem em grandes montantes, aumentando o estresse e reduzindo o poder de poupança.
As modalidades mais frequentes de endividamento incluem:
Em termos de faixa etária, a inadimplência se distribui da seguinte forma:
Compreender o perfil ajuda a direcionar estratégias de quitação e orientar ações conforme a faixa etária e o tipo de débito.
Para dar os primeiros passos rumo à liberdade financeira, é essencial definir prioridades e adotar métodos eficazes:
Manter o foco no propósito e celebrar pequenas vitórias é parte do processo de mudança de comportamento.
Ao quitar obrigações onerosas, diversos ganhos surgem de forma quase imediata:
Esses efeitos geram um ciclo virtuoso, reduzindo o risco de novos atrasos e reforçando a disciplina orçamentária.
Ferramentas como o Serasa Limpa Nome oferecem recursos disponíveis para renegociação eficaz. Em maio de 2025, a média de acordo ficou em R$ 839 por operação, e há mais de R$ 953 bilhões em ofertas para quitação facilitada.
Além dos acordos, é possível buscar consultoria financeira, participando de workshops e grupos de suporte que ensinem a reorganizar despesas e a planejar os próximos passos.
Enfrentar dívidas caras exige disciplina e mudança de hábitos. O autocontrole financeiro é um sacrifício necessário, mas traz resultados duradouros. Economistas recomendam que, mesmo após a quitação, o indivíduo mantenha um fundo de emergência e evite recorrer a crédito caro.
Ao priorizar a quitação de dívidas antes de novas aquisições, o consumidor retoma o comando de sua vida financeira, preparando-se para realizar sonhos maiores com segurança e confiança.
O primeiro passo é entender a magnitude do problema, listar as dívidas com maior custo e, com paciência, eliminar cada uma delas. A liberdade conquistada valerá cada esforço, abrindo caminho para um futuro mais próspero e menos ansioso.
Referências