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Priorize a quitação de dívidas caras antes de novas aquisições

Priorize a quitação de dívidas caras antes de novas aquisições

16/07/2025 - 14:46
Felipe Moraes
Priorize a quitação de dívidas caras antes de novas aquisições

No Brasil, manter o controle das finanças pessoais é um desafio crescente, especialmente diante de um cenário econômico que impõe taxas de juros altas e crescentes. Antes de realizar novas compras ou assumir compromissos adicionais, é fundamental compreender o impacto das dívidas de alto custo e traçar um plano para eliminá-las.

O panorama atual do endividamento no Brasil

Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic/CNC) apontam que, em abril de 2025, 77,6% das famílias brasileiras estavam endividadas, um aumento em relação aos 76,7% verificados em dezembro de 2024. Segundo o Serasa, 73,1 milhões de pessoas físicas possuem dívidas ativas, representando mais de 30% da população adulta.

  • 7 milhões de empresas negativadas, com passivo total de R$ 156,1 bilhões.
  • Média de 7,4 contas negativadas por CNPJ no início de 2025.
  • Comprometimento médio de 27,2% da renda com dívidas, patamar recorde desde julho de 2023.

Esse contexto evidencia que, sem um cuidado atento, o peso dos juros pode sufocar orçamentos e impedir a construção de patrimônio.

Impacto das dívidas de alto custo na vida financeira

As dívidas rotativas como cartão de crédito e o cheque especial são as mais onerosas, podendo ultrapassar 300% ao ano em taxas de juros. Mesmo linhas mais baratas, como o crédito consignado, chegaram próximo a 15% ao ano.

Quando parte significativa da renda é direcionada ao pagamento de encargos, inexoravelmente ocorre o comprometimento da renda familiar. O efeito bola de neve faz com que pequenos atrasos se transformem em grandes montantes, aumentando o estresse e reduzindo o poder de poupança.

Tipos de dívidas e perfil dos endividados

As modalidades mais frequentes de endividamento incluem:

  • Cartão de crédito
  • Crédito pessoal
  • Cheque especial
  • Financiamentos com encargos elevados

Em termos de faixa etária, a inadimplência se distribui da seguinte forma:

Compreender o perfil ajuda a direcionar estratégias de quitação e orientar ações conforme a faixa etária e o tipo de débito.

Estratégias práticas para priorizar a quitação

Para dar os primeiros passos rumo à liberdade financeira, é essencial definir prioridades e adotar métodos eficazes:

  • Listar todas as dívidas, incluindo valor, taxa de juros e vencimento.
  • Concentrar recursos no pagamento das dívidas com juros elevados sobre saldos devedores.
  • Negociar descontos e prazos por meio de plataformas especializadas.
  • Destinar aportes extras de eventuais ganhos (bônus, 13º salário) à amortização.
  • Aplicar o método da avalanche: pagar primeiro a dívida mais cara.

Manter o foco no propósito e celebrar pequenas vitórias é parte do processo de mudança de comportamento.

Benefícios de eliminar dívidas caras antes de novas compras

Ao quitar obrigações onerosas, diversos ganhos surgem de forma quase imediata:

  • Maior disponibilidade de caixa para emergências.
  • Diminuição do nível de estresse e ansiedade financeira.
  • Melhoria no score de crédito, abrindo portas para financiamentos mais baratos.
  • Capacidade de direcionar fundos a investimentos e objetivos de longo prazo.

Esses efeitos geram um ciclo virtuoso, reduzindo o risco de novos atrasos e reforçando a disciplina orçamentária.

Renegociação e programas de apoio

Ferramentas como o Serasa Limpa Nome oferecem recursos disponíveis para renegociação eficaz. Em maio de 2025, a média de acordo ficou em R$ 839 por operação, e há mais de R$ 953 bilhões em ofertas para quitação facilitada.

Além dos acordos, é possível buscar consultoria financeira, participando de workshops e grupos de suporte que ensinem a reorganizar despesas e a planejar os próximos passos.

Construindo uma trajetória financeira sustentável

Enfrentar dívidas caras exige disciplina e mudança de hábitos. O autocontrole financeiro é um sacrifício necessário, mas traz resultados duradouros. Economistas recomendam que, mesmo após a quitação, o indivíduo mantenha um fundo de emergência e evite recorrer a crédito caro.

Ao priorizar a quitação de dívidas antes de novas aquisições, o consumidor retoma o comando de sua vida financeira, preparando-se para realizar sonhos maiores com segurança e confiança.

O primeiro passo é entender a magnitude do problema, listar as dívidas com maior custo e, com paciência, eliminar cada uma delas. A liberdade conquistada valerá cada esforço, abrindo caminho para um futuro mais próspero e menos ansioso.

Felipe Moraes

Sobre o Autor: Felipe Moraes

Felipe Moraes