Em um cenário de taxas de juros elevadas e endividamento crescente, é essencial resgatar o valor real do crédito: alavancar projetos e não gerar dívidas desenfreadas. Embora o acesso facilitado a empréstimos e cartões possa melhorar a qualidade de vida, seu uso sem planejamento mina a saúde financeira das famílias. Vamos explorar como usar o crédito de forma estratégica, entendendo dados atuais, armadilhas comuns e técnicas para manter suas finanças organizadas.
Nos últimos 12 meses até abril de 2025, o crédito ampliado no país cresceu 13,5% em 12 meses até abril, com destaque para o aumento de 10,9% nos empréstimos do Sistema Financeiro Nacional. Para pessoas físicas, o avanço foi de 12,4%, enquanto para jurídicas ficou em 10,2%. Esse crescimento reflete maior oferta de recursos, mas também alerta para riscos de endividamento excessivo.
O endividamento das famílias subiu de 76,7% em dezembro de 2024 para 77,6% em abril de 2025. Atualmente, os brasileiros comprometem 27,2% da renda com dívidas, o patamar mais alto desde julho de 2023, e 29,1% das famílias têm parcelas em atraso. Dessas, 12,4% afirmam não ter condições de quitar o débito.
A alta no endividamento ocorre mesmo após iniciativas de renegociação, como o programa Desenrola Brasil, voltado para facilitar o acordo de dívidas com condições especiais. Esse cenário reforça a necessidade de conscientização sobre limites de crédito e gestão de compromissos financeiros.
O crédito bem utilizado pode ser um pilar de crescimento pessoal e empresarial. Mas seu uso impensado leva a problemas financeiros graves. Para ilustrar, dividimos abaixo os principais usos do crédito em categorias que podem levar à organização ou à desorganização financeira.
Até 80% dos brasileiros não conseguem controlar suas finanças, gastando mais do que recebem e sem reservar para imprevistos. Esses comportamentos representam armadilhas frequentes que contribuem para o aumento de inadimplência e afetam o bem-estar econômico das famílias.
Incorporar práticas simples no dia a dia pode transformar o crédito em um aliado poderoso para alcançar metas. Além das dicas abaixo, considere utilizar planilhas ou aplicativos de finanças que ofereçam relatórios visuais e lembretes de vencimento.
A educação financeira é o alicerce para o uso consciente do crédito. Sem conhecimento sobre conceitos básicos, como juro composto, CET e impacto do atraso, o consumidor está vulnerável a decisões equivocadas.
Iniciativas em escolas, empresas e por meio de plataformas digitais têm se mostrado promissoras, mas ainda são insuficientes para atender toda a população. A promoção de workshops, vídeos interativos e consultorias é fundamental para disseminar conceitos que protejam o consumidor.
É fundamental que políticas públicas e iniciativas privadas ampliem programas de orientação, tornando a informação acessível a todos. A inclusão financeira deve caminhar lado a lado com o desenvolvimento de responsabilidade no uso de crédito.
O acesso responsável ao crédito impulsiona micro e pequenas empresas, gera empregos e fomenta o crescimento econômico. Ao mesmo tempo, a inadimplência elevada compromete bancos, reduz a oferta de crédito e pode gerar efeitos sistêmicos negativos.
A inadimplência alta também impacta a confiança do investidor e pode elevar o custo do crédito no mercado como um todo, gerando um ciclo que atinge todos os setores da economia. Por isso, o equilíbrio entre oferta de recursos e capacidade de pagamento é crucial para manter a estabilidade financeira do país.
O crédito só cumpre seu papel quando é utilizado com critério e planejamento. Ao adotar hábitos de organização financeira e buscar informação, você transforma empréstimos em oportunidades reais para realizar sonhos, sem cair em armadilhas de endividamento.
Inicie hoje mesmo seu acompanhamento financeiro, defina metas claras e avalie cada linha de crédito antes de contratá-la. Compartilhe estas práticas com familiares e amigos para que mais pessoas possam aproveitar o crédito com responsabilidade. A mudança de hábitos e a disseminação de conhecimento podem transformar o panorama de endividamento no Brasil.
Referências